Sob o mote da primeira viagem de circum-navegação da história, idealizada por Fernão de Magalhães há mais de 500 anos, a agenda-livro da Imprensa Nacional foi projectada para contar, ao longo do ano, a aventura das cinco naus que partiram de Sevilha, em 1519.

Para cumprir tal desígnio, todos os recursos gráficos foram pensados ao pormenor. Os detalhes visuais remetem para a retórica náutica, umas vezes de forma directa, outras, abstracta, pois os aventureiros nem sempre sabem ao que vão. Nas páginas de agenda, a grelha semanal, além de flexível para integrar uma variedade extensa de elementos gráficos — de cartas náuticas a retratos, gravuras e ilustrações de mapas —, foi desenhada para se assemelhar às linhas latitudinais e longitudinais, recursos vulgares da cartografia.

Por fim, a escolha da paleta cromática e dos materiais de impressão teve como propósito representar materiais nobres — afinal, tratou-se de uma expedição com o alto patrocínio da coroa espanhola —, mas, de certa forma, vencidos pelo tempo. E, por isso, no lugar de uns luxuosos dourados, encontramos uns desgastados bronzes-pérola.

Tal como a viagem de Fernão de Magalhães, a agenda é uma peça que se descobre com o tempo.