Ao longo dos anos, aqui no Estúdio, fomos apurando a consciência da importância do ser Humano — aquele a que a gestão de marca gosta de chamar consumidor — nos destinos das organizações. Lidar com clientes oriundos de áreas muito distintas, da cultura ao linear, revelou-se uma oportunidade ímpar para vermos em primeira mão como, no que verdadeiramente importa, trabalhar marcas é trabalhar para pessoas. 

Primeiro, de forma tímida, começámos por acrescentar aos nossos projectos pequenos detalhes ou pormenores singulares destinados a alimentar uma dimensão humana, que, por empatia, sabíamos existir, mas que não víamos merecer atenção particular nas rotinas regulares da estratégia de marca, nem tão pouco da criatividade a ela aplicada. Com o evoluir da convicção, passámos a olhar para o bem-estar do público de forma mais estrutural e assumida. Sempre que possível, como estratégia criativa primária. Afinal, parecia-nos que contribuir para a felicidade do humano-consumidor era o melhor caminho que uma marca poderia seguir.

Esta ideia simples levou-nos a querer aprofundar o entendimento que tínhamos sobre o labirinto que é a condição humana e a investigar mais sobre essa coisa a que chamamos felicidade. Dessa viagem, nasceu o livro Marca Positiva. Um olhar particular sobre as marcas e o seus humanos-consumidores que atravessa áreas como o Marketing, o Design e a Comunicação, mas também a Economia, a Psicologia e a Filosofia, e que tem um objectivo claro: provar que o bem-estar e a felicidade humana não têm de ser opostos a uma gestão de marca economicamente saudável. Pelo contrário. Se as marcas servem o público e o público procura ser feliz, as marcas não existem senão para fazer o público feliz. E, como sabemos, pessoas felizes é bom para o negócio.

Mais do que um mapa para o nosso processo de trabalho, Marca Positiva é sobretudo uma reflexão à volta do potencial positivo que todas as marcas encerram. Partilhar tal reflexão é tanto um manifesto de afirmação da nossa filosofia criativa, como uma forma de nos pressionarmos a nós próprios a estar à altura da responsabilidade que é trabalhar marcas. Quanto mais positivas elas forem, melhores resultados terão as organizações que as ostentam e melhor será a sociedade que as acolhe. Isto é, todos ganham.